O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. A insulina é um hormônio essencial que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue. A falta de insulina leva a um aumento dos níveis de glicose no sangue, que pode resultar em várias complicações.
Causas: As causas exatas do diabetes tipo 1 não são completamente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais esteja envolvida. Os pesquisadores acreditam que uma predisposição genética pode tornar algumas pessoas mais vulneráveis a desencadear a doença em resposta a um vírus ou outro fator ambiental.
Sintomas: Os sintomas do diabetes tipo 1 podem aparecer rapidamente e incluem:
Sede excessiva;
Urinar com frequência;
Fome intensa;
Perda de peso inexplicável;
Fadiga;
Visão embaçada.
É importante procurar um médico assim que os sintomas se manifestam, pois o diabetes tipo 1 pode levar a complicações sérias se não tratado adequadamente.
O Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 1: Um Guia de Tópicos Essenciais
O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma condição crônica autoimune em que o pâncreas para ou produz muito pouca insulina, o hormônio essencial para permitir que a glicose (açúcar) do sangue entre nas células para ser usada como energia. O tratamento, portanto, tem como objetivo principal substituir a insulina e manter os níveis de glicose dentro de uma faixa saudável para prevenir complicações agudas e crônicas.
O tratamento é complexo e exige um acompanhamento multidisciplinar (endocrinologista, nutricionista, educador físico, etc.) e, acima de tudo, o engajamento diário do paciente.
Tópicos a Serem Seguidos no Tratamento do Diabetes Tipo 1
O tratamento do DM1 é baseado em quatro pilares principais, que devem ser seguidos de forma integrada:
1. Terapia de Substituição de Insulina (A Base do Tratamento)
Visto que o corpo não produz insulina suficiente, ela deve ser reposta diariamente.
Tipos de Insulina:
Insulina Basal (ou de Longa Duração): Fornece uma dose estável de insulina ao longo do dia e da noite. Exemplos incluem NPH, Glargina ou Detemir.
Insulina Bolus (ou de Ação Rápida/Ultra-rápida): Aplicada antes das refeições (para cobrir os carboidratos consumidos) e para corrigir níveis altos de glicose no sangue (glicemia). Exemplos incluem Insulina Regular, Lispro, Asparte ou Glulisina.
Métodos de Aplicação:
Múltiplas Injeções Diárias (MID): Uso de seringas ou, mais comumente, canetas de insulina (que contêm um cartucho e agulhas descartáveis), aplicando-se as insulinas basal e bolus em horários específicos.
Bomba de Insulina: Um pequeno dispositivo que fornece insulina (apenas de ação rápida/ultra-rápida) de forma contínua através de um cateter sob a pele, imitando o pâncreas. Permite um controle mais preciso e flexível das doses.
2. Monitoramento Contínuo da Glicemia
É crucial saber como o corpo está reagindo à insulina, alimentação e exercícios.
Glicosímetro (Medição Capilar): Uso de aparelhos portáteis para medir a glicose no sangue através de uma pequena gota de sangue no dedo, várias vezes ao dia (antes das refeições, ao deitar, antes e depois do exercício, e quando houver suspeita de hipo ou hiperglicemia).
Monitoramento Contínuo de Glicose (MCG): Dispositivos (sensores) usados na pele que medem os níveis de glicose no líquido intersticial 24 horas por dia. Permite visualizar tendências e receber alertas de níveis altos ou baixos.
Exames de Acompanhamento: Realização periódica da Hemoglobina Glicada (HbA1c) para avaliar o controle glicêmico médio dos últimos 2 a 3 meses.
3. Planejamento Alimentar e Contagem de Carboidratos
A alimentação impacta diretamente os níveis de glicose, exigindo ajustes na dose de insulina.
Contagem de Carboidratos: Técnica fundamental onde o paciente aprende a contar a quantidade de carboidratos de cada refeição (em gramas) para calcular a dose exata de insulina bolus a ser aplicada.
Dieta Balanceada: Priorizar alimentos saudáveis, integrais, frutas, vegetais e proteínas, limitando a ingestão de açúcares simples e gorduras não saudáveis. A regularidade nos horários das refeições também é importante.
4. Atividade Física Regular
O exercício é benéfico, mas exige planejamento e monitoramento, pois pode reduzir ou aumentar os níveis de glicose no sangue.
Ajuste da Insulina: Pode ser necessário reduzir a dose de insulina bolus antes do exercício ou consumir carboidratos adicionais para prevenir a hipoglicemia (glicose baixa) durante e após a atividade.
Monitoramento: Medir a glicose antes, durante e após o exercício é crucial para garantir a segurança e fazer ajustes.
Objetivo Geral do Tratamento:
Alcançar e manter a glicemia (açúcar no sangue) o mais próximo possível da faixa normal, reduzindo os riscos de complicações a longo prazo (como doenças oculares, renais e cardíacas) e garantindo a qualidade de vida do paciente.
Tipos de Insulina
O tratamento do Diabetes Tipo 1 (DM1) exige a substituição da insulina que o pâncreas deixou de produzir. Os diferentes tipos de insulina disponíveis são classificados de acordo com a sua duração de ação, ou seja, o tempo que levam para começar a agir, atingir o pico de efeito e sair completamente do organismo.
A combinação desses tipos busca imitar o padrão de secreção de insulina de uma pessoa sem diabetes: uma dose basal contínua e doses bolus (rápida) nas refeições.
1. Insulinas Bolus (Ação Rápida e Ultra-Rápida)
São usadas para cobrir os carboidratos das refeições e para corrigir a glicemia alta.
TipoExemplos (Nome Genérico)Início da Ação Pico da Ação Duração Total Uso Principal Ultra-Rápida (Análogos)Lispro, Asparte, Glulisina5 a 15 minutos30 a 90 minutos3 a 5 horas Aplicada imediatamente antes, ou logo após as refeições. Preferida pela flexibilidade e ação mais rápida. Rápida (Humana Regular)Insulina Regular30 minutos a 1 hora2 a 4 horas6 a 8 horas Aplicada 30 minutos antes da refeição. Também usada em situações de urgência (ex: cetoacidose).
2. Insulinas Basais (Ação Intermediária, Lenta e Ultra-Lenta)
São usadas para fornecer uma cobertura constante e contínua de insulina ao longo do dia e da noite, mantendo a glicemia estável entre as refeições e durante o sono.
Tipo Exemplos (Nome Genérico)Início da Ação Pico da Ação Duração Total Uso PrincipalIntermediáriaNPH1 a 4 horas4 a 12 horas (PICO)14 a 24 horas Insulina basal mais antiga. Devido ao pico acentuado, pode aumentar o risco de hipoglicemia noturna. Geralmente aplicada 1 a 2 vezes ao dia. Lenta (Análogos) Glargina U100, Detemir1 a 2 horasSem pico definido (Plana)Cerca de 24 horasOferecem um perfil de ação mais suave e previsível, reduzindo o risco de hipoglicemia. Aplicada 1 vez ao dia (ou 2 vezes, dependendo do tipo e necessidade).Ultra-Lenta (Análogos) Glargina U300, Degludeca1 a 6 horas Sem pico definido (Muito Plana)Mais de 40 horas Análogos de ação prolongada de "segunda geração". Proporcionam uma cobertura basal extremamente estável e uniforme. Aplicada 1 vez ao dia.
3. Insulinas Pré-Misturadas (Bifásicas)
Essas insulinas são uma combinação fixa de uma insulina de ação intermediária (geralmente NPH) e uma de ação rápida (Regular) ou ultra-rápida (Análogo).
Uso: Facilitam a aplicação ao reduzir o número de injeções (geralmente 2 vezes ao dia), mas oferecem pouca flexibilidade na alimentação, pois a proporção de insulina rápida/lenta é fixa, dificultando a contagem de carboidratos. São menos comuns no tratamento de DM1 avançado devido à necessidade de flexibilidade.
🎯 Escolha e Personalização
Regime Basal-Bolus (MID ou Bomba): É o padrão ouro para DM1 e usa a combinação de uma Insulina Basal (Lenta/Ultra-Lenta) para o controle de fundo e uma Insulina Bolus (Ultra-Rápida) nas refeições.
Individualização: O tipo, a dose e o horário de aplicação de cada insulina são estritamente individualizados e devem ser definidos e ajustados pelo endocrinologista, com base no estilo de vida, idade, peso e nas leituras de glicemia de cada paciente.
















